sábado, 14 de janeiro de 2017

só é vencido quem desiste de lutar....

"No Porto, começam a perceber que não se trata de um problema de arbitragem mas de Direcção.

Mário Soares
Um homem de grande coragem, que teve uma vida feita de lutas. Ou, adaptando as palavras de Paul Éluard - conhecido pelos seus poemas contra o nazismo, durante a 2.ª Guerra Mundial - um homem que, na esperança, nasceu para conhecer e para chamar a «liberdade».

Fazendo história, ainda que muitos não o tenham reconhecido, como, aliás, bem lembrou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, numa adaptação feliz da citação de Karl Marx, no seu discurso de homenagem, nos Jerónimos.

Figura ímpar, um dos políticos mais marcantes do século XX (a par de Francisco Sá Carneiro), destacou-lhe um reconhecido humanismo e uma apaixonante vocação pela política pura!
Um homem de convicções, de projectos, de grande visão e, acima de tudo, com uma invejável intuição.

Um estadista!

Que sempre privilegiou o diálogo e o entendimento, contribuindo para um país mais justo e para uma Europa unida.

Ou, nas palavras de Sophia de Mello Breyner Andersen, em «Naquele tempo..., Retrato», um homem que tinha «uma forma especial de ser corajoso». «Era uma coragem sem crispação e sem excitação: raciocinava, relativizava, desdramatizava e ria dos ridículos e das manhas dos adversários».

Talvez também por isso tenha tido um papel tão fulcral na nossa democracia e, até, na construção da própria Europa.

Além do legado, da referência e do exemplo, deixou-nos, talvez, a maior lição de todas: só é vencido quem desiste de lutar.

Na política, como na vida, mas, também, no futebol, que faz partes das nossas vidas.
Acreditando, muito, no que queremos, enquanto requisito essencial para a construção do futuro.
Para que também nós possamos «trazer um novo mundo ao mundo».

À sua família, as minhas sentidas condolências.
E um forte, enorme e muito especial abraço ao João, com que já partilhei outras lutas (.. até pela vida).

A estratégia para disfarçar a incompetência
Nas últimas jornadas têm sido várias as queixas sobre a arbitragem. Perante as desgraças e os desaires de cada um, esse tipo de queixas, a cada ponto perdido, têm sido um clássico.
Essencialmente para tentar disfarçar o mais variado tipo de erros.
Para que, enquanto se fala disso, fazerem de conta que ninguém vê ou percebe de futebol.
A ambição de perpetuação do poder origina, por vezes, o recurso aos mesmos truques.
Que, inevitavelmente, se alia à recorrente agressividade, para encobrir muitas fragilidades.

Com ameaças de morte a árbitros, que, embora inadmissíveis - em si e por si - servem, também, para desviar atenções.

Mas o mais curioso é que ninguém ameaçou de morte os árbitros que alegadamente prejudicaram o Porto e o Sporting em jornadas passadas.

Cingindo-se, antes, aos árbitros que iam arbitrar o Sporting, o Porto e o Benfica na última jornada, em que tínhamos uma importante deslocação a Guimarães.

Jornada essa fundamental para Porto e Sporting, porque achavam que o Benfica ia perder pontos.
Como se enganaram.

Fazendo tábua rasa da velha máxima, nesta vida, que o poder, no futebol, emana do relvado.
E como não há estratégias que resista às derrotas (ou aos empates que sabem a derrotas) em campo, nunca alcançarão o que, de forma tão sufocada, anseiam.

Apesar dos reais problemas existentes entre eles começaram a ser desvendados.

No Porto, começam a perceber que não se trata de um problema da arbitragem, mas de direcção.
Com, um dia, também descobrirão no Sporting (só espero que depois de reeleger este Presidente).

A decisão do TAD
Em Setembro do ano passado a Comissão de Instrutores da Liga recebeu um despacho da Secção Profissional do Conselho de Disciplina da FPF, em que me era determinada a instauração de um processo disciplinar, por participar no O Dia Seguinte, da SIC Notícias.

Essa mesma comissão da Liga porpôs à FPF a suspensão do meu processo disciplinar, por entender que se devia esperar pela decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que se encontrava a apreciar a acção de impugnação das normas em causa do Regulamento Disciplinar e do Regulamento das Competências da Liga.

Entretanto, deixei de ser membro dos órgãos sociais do Benfica e, por isso, de ser considerado agente desportivo (coisa que, aliás, não era, deixando, assim,de o ser o que nunca fui!).

A Liga, não contente com o sentido das decisões que foi conhecendo, achou que, não só o TAD não teria competência para conhecer da legalidade ou ilegalidade dos regulamentos administrativos de si emanados (mas apenas de actos e omissões), como também existia «falta de interesse em agir? da SIC, por as normas em causa não lhe serem aplicáveis.

A Liga esqueceu-se, no entanto, que essas normas, no que concretamente diz respeito à SIC, não só prejudicariam directa ou indirectamente a estação, como ainda violariam os direitos à liberdade de imprensa e de programação.

Porque, de facto, essa alteração limitaria a liberdade de escolha dos participantes em programas, com efeito aniquilador, aliás, na liberdade editorial.

Com repercussão, por exemplo, nas receitas publicitárias, variáveis em função da média de share.
Mas o mais caricato da situação prende-se com o facto de a Liga estar convicta de que a participação regular de dirigentes como comentadores, em programas televisivos, perturbaria a conformação do futebol a valores e princípios éticos, afectando, inclusivamente, a realização das competições por ausência de patrocinadores.
Nada mais patético!


Eram, ainda, temidas pela Liga a existência de uma crispação e de uma falta de serenidade no meio desportivo, que poderiam afectar o comportamento de toda a gente!
Esqueceram-se que sempre esteve em causa a liberdade de expressão e de informação, enquanto direito fundamental.


Que não tem, no entender do TAD, uma 'função constitucional promotora de conteúdos vinculados pela «sensatez», «serenidade», «fair play», «contenção verbal» ou «manutenção do prestígio das instituições»'.
A liberdade de expressão acompanha a liberdade de pensamento e traduz-se numa manifestação da dignidade da pessoa humana.

O entendimento da Liga colide com a liberdade pessoal de cada um em participar em acontecimentos com repercussão social e aí manifestara sua opinião.

Para o TAD essas normas contendem com a liberdade de expressão, na sua dimensão de proibição de censura.
Ora, proibir o discurso público sem qualquer fundamento ou base legal ou, numa visão mais ténue e aflorada, adicioná-lo a tipos de conteúdo previamente determinantes é censura, e, por isso, inconstitucional.
Afectando, ainda, a liberdade de programação.
Uma decisão expectável e sensata.

Agradeço, por isso, à SIC (muito especialmente ao Ricardo Costa, ao Pedro Cruz, à Daniela Horta Monteiro e, não menos importante, ao José Guilherme Aguiar, ao Rogério Alves e ao Paulo Garcia), a todos os que decidiram bater-se, em sede própria, pelo desaparecimento da ordem jurídica portuguesa de uma norma injusta, ilegal e com um destinatário em concreto.

Como agradeço ao Benfica (a Luís Filipe Vieira e ao Paulo Gonçalves), por terem sustentando essa mesma leitura!
E quem se bate, assim, por princípios, merece um enorme sentimento de reconhecimento."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

mais uma crónica magnífica a MALHAR neles todos....

"Bastou que o Porto perdesse para que logo viessem falar das arbitragens. Eu sei que deve ter custado perder assim.

Nestes últimos dias (independentemente das polémicas, dos objectivos da obra original e do momento da sua publicação), veio-me à memória 'A velhice do Padre Eterno', de Guerra Junqueiro.
A história conta-se, como em todas as ligadas ao futebol, em poucas palavras, porque, normalmente, por aqui há mais acções (não confundir com boas acções) que pensamentos.
Recentemente, a propósito de um jogo do Benfica, em que não participava nenhum dos clubes da velha aliança, um presidente, com o sarcasmo (e a impunidade) a que há muito nos habituou, afirmou que «arbitragem vai ser discutida sempre que o Benfica não ganhar».
Sabem o que aconteceu, no fim de semana seguinte, com a derrota do seu clube, com lances polémicos em seu claro prejuízo.
Com a sem vergonha a que nos habituou, por dizer tudo e o seu contrário, sem ninguém ter coragem de o questionar sobre tanta incoerência, o tal presidente lá mandou arrasar a arbitragem, apesar de o Benfica ter ganho.
Uma semana foi o tempo que mediou entre essa declaração e a quebra dessa convicção!
Bastou que o Porto perdesse para que logo viessem falar de arbitragem.
Eu sei que deve ter custado perder assim!
Como a mim me custa perder (ou empatar, como foi o caso da jornada anterior) com erros gritantes dos árbitros.
Mas quem, na época passada afirmava que o Sporting é que devia ser campeão, não pode estranhar, agora, que julguem que a declaração ainda estará em vigor.
O ódio ao Benfica turva-lhes o pensamento.
E as vitórias, que «não soem já como soíam» (o Camões dá sem jeito para responder a um intelectual que se julga superior num mundo pouco dado a essas coisas) agravam-lhes a hipocrisia.
Eu devo preocupá-los muito.
Porque de uma previsão (iguais às deles, mas sem a disfarçar com posturas pensativas, para esconderem os risos alarves do desejo das nossas derrotas) fazem um caso de lesa majestade.
E porque sabem que os lambe botas do costume, os que precisam deles para sobreviver, lhes servirão fatias de subserviência disfarçadas de solidariedade.
Estou tranquilo quanto sem medo de os voltar a desafiar.
Tentarão uma e outra e outra vez a minha saída dos lugares que ocupo, na comunicação social, na estrutura do Benfica, em tudo quanto a minha imagem e as minhas posições os possam ameaçar, com a conivência dos que estão sempre dispostos a fazer-lhes a vontade.
Aprendi, lá dentro, em muita conversa, mas com muitos factos, tudo o que sei hoje sobre esta realidade (e, já agora, que não conhecia em 2004, quando era Ministro, como alguns gostam de relembrar).
Por isso recordei, perante tanta virgem ofendida e tanta hipocrisia, 'A velhice do Padre Eterno', de Guerra Junqueiro.
Reli, citando o autor, a suspeita de que «o velhote dança e sabe assobiar».
Ao toque desse assobio, lá vieram os do costume com a solidariedade bacoca e provinciana, mesmo que alguns sejam da capital (que não a de Eça).
Guerra Junqueiro alude ao pisar do «dragão pecado», com um «sorriso divino» e um leão.
Por mim, nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Bem sei que as pessoas, talvez com a idade, tenham menos percepção da inconsequência e da incontinência verbal em que, não raras vezes, incorrem.
Sei, também, que o que defendem hoje nada têm a ver com o que disseram anteriormente.
Talvez porque julguem - e bem - que o futebol é a área da vida onde mais vemos aplicados os ensinamentos de Nicolau Maquiavel: «os fins justificam os meios».
Bem sei que a falta de carácter potencia a inteligência, e por isso não me preocupo com o que vão dizendo e fazendo.
Excepto quando, sob a capa da «graçola e da parolice», passam os dias a dizer reiteradamente mal do meu clube.
Durante a época passada foram sucessivos os ataques, semana após semana, para tentar desestabilizar o Benfica, para evitarem o tricampeonato.
Este ano vão pelo mesmo caminho.
Por isso, poderão continuar os ataques cerrados que me fazem.
Poderão, até continuar a aprovar leis na Liga contra mim, por iniciativa de clubes que só querem que o Benfica perca, fazendo tábua rasa da liberdade de expressão e correndo o risco de serem publicamente envergonhados - se a aplicarem - quando virem anulada a iniciativa por um tribunal, por manifesta inconstitucionalidade.
Até porque ao julgador se exige um juízo prévio de conformidade da norma com as que lhe são superiores. Ou não será?
Já agora (e para ver se eu tenho mesmo medo) porque não sancionar a minha presença no 'Dia Seguinte', na SIC, com a pena de morte?
Era tão inconstitucional como a norma que aprovaram e resolviam o problema que têm comigo de vez.
Por mim, e se o não fizerem (vontade e ameaças nesse sentido, nas redes sociais, não faltam), cá continuarei e lutar e a defender, de forma intransigente, os interesses do Sport Lisboa e Benfica.

A velha aliança
Na época passada,«ambos os dois» (o futebolês não me sai da cabeça) decidiram adoptar uma estratégia de comunicação em que reinava a maledicência e a insinuação, com várias manobras de desestabilização do Benfica.
Sabemos, hoje, que essa estratégia não chegou para nos derrotar.
Esta época não será diferente, com os meios a serem os mesmos, já que o importante será atingir os fins: que o Benfica não ganhe.
Nós continuaremos a querer ganhar, apenas e só.
Não obstante, e depois do primeiro confronto da época entre os membros davelha aliança, será que a estratégia - e, por maioria de razão, velha aliança - cedeu perante o resultado?
Em circunstâncias normais, diria que tudo cede perante o resultado, porque, como diria José Mourinho, «o resultado é que faz o espectáculo».
Terá sido assim, no domingo passado?
Em Alvalade, como todos suspeitávamos venceu o elogio recente o desesperado.
Confesso que, durante o jogo, temi que o tempo em que a equipa do Porto corria atrás dos árbitros quando se sentia prejudicada voltasse.
Velhos tempos (sem qualquer graça à velhice do padre eterno) que, afinal, não voltaram.
Uma certeza apenas: a não perder as cenas dos próximos capítulos.
Até porque ainda vamos ver uns a queixarem-se de as reuniões de pais de uma equipa de um escalão de formação dos outros se confundir com uma cimeira da arbitragem portuguesa.
Mas, como isso não se passa no Benfica, «ditosa pátria, que tais filhos tem»!

Filhos e enteados
 desconfiávamos. Os outros presidentes, podem dizer tudo o que quiserem, contra o árbitro e tudo à volta. Vale tudo e tudo lhes é permitido.
Quem não pode - sequer - desabafar, depois de um jogo em que o árbitro prejudicou (como já o havia feito anteriormente, em 2 jogos da época passada) o Benfica, é Luís Filipe Vieira.
Uns são corruptos, outros são invejosos, outros são obedientes por não terem cabeça para mais, mas todos eles coincidem num só objectivo: vale tudo, mesmo tudo, para o Benfica não ganhar!
Ele há filhos e enteados!
E depois querem que me cale???"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

e o grande Rui Gomes da Silva ARRASA Rui Santos e Pinto da Costa!


"HIPOCRISIA? NÂO, OBRIGADO!

O assunto e os hipócritas do “outro lado”, não merecem mais do que esta nota.

Sou do Benfica e – com exceção dos “idiotas úteis” – quero tanto que os outros ganhem como eles desejam que o Benfica vença.

Exatamente o mesmo.

Ou eu – por ser do Benfica (também reconheço que se fosse de outra equipa portuguesa, qualquer que ela fosse, uma declaração dessas seria normal) – não posso dizer o que dizem os adeptos dos outros clubes?

Se um treinador português, ao perder uma eliminatória, com o Benfica, diz que não quer saber da carreira do Benfica porque é do Porto, isso é normal.

Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!

Se um comentador televisivo, que passou uma época inteira a elogiar um treinador que perdeu tudo (exceto um troféu no primeiro jogo da época), lhe atribui o título de melhor treinador do ano, isso é natural

Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!

Se a ex-mulher do Presidente de um clube afirma que ele desejou a vitória da Grécia contra Portugal, no Euro 2004, sem nunca ter sido desmentida, até hoje, isso é curial.

Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!

Se um Presidente de um clube afirma que basta retirar o vermelho da bandeira portuguesa e “é tudo nosso”, isso é banal.

Eu é que não posso dizer o que penso, … porque sou do Benfica!



É verdade que falhei uma previsão tão normal de acontecer quanto as casas de apostas a achavam muito mais possível que a oposta.

É verdade que vencer contra 9 foi tão fácil como era ganhar contra 11 nos tempos do … Apito Dourado.

Já mais difícil, vai ser ganhar, no próximo jogo, a atestar pelos recentes elogios às nomeações vindos daquele lado.

Roma já não é o que era.

E em Alvalade, vencerá o elogio recente e desesperado da dupla que, para “sobreviver”, tem mesmo que ganhar este ano ou quem recorreu aos métodos do Apito Dourado para invocar uma matriz de vitórias repetidas?

Como benfiquistas, sabemos qual é o verdadeiro conceito de Verdade Desportiva!

Como sabemos respeitar nomeações, como a de Tiago Martins, um jovem internacional de elevada qualidade.

O que não seria se esta nomeação tivesse sido feita por Vítor Pereira (então, se enviasse Artur Soares Dias para a Madeira, seria o bom e o bonito)?

Por mim, só me pronuncio sobre atuações, não sobre nomeações.

Mas estou cada vez mais de acordo com o que disse Pedro Proença na sua recente entrevista ao fazer um grande elogio ao excelente trabalho feito pelo o ex-Presidente do CA.

De facto, aquilo que os une (a inveja ao Benfica) é mais forte que aquilo que os separa.

Por isso, somos mesmo MAIORES QUE PORTUGAL.

VIVA O BENFICA!!!"

(MAIOR QUE PORTUGAL, hoje, in "A Bola", pág. 36)

domingo, 14 de agosto de 2016

"Com esta Supertaça, o Benfica já conquistou tantos títulos como os do Sporting na época passada e mais dos que os de FC Porto nos últimos três anos......


Supertaça 1. 
Nada como arrancar a ganhar! Eu sei bem que isto é como acaba e não como começa. Como, aliás, aconteceu, no ano passado. Mas se pudermos aliar o «começar bem» ao «acabar bem», tanto melhor. Em Aveiro, no domingo passado, a nossa sexta Supertaça!

Dos últimos 12 títulos e troféus oficiais disputados em Portugal, o Benfica conquistou nove! Com esta Supertaça, o Benfica já conquistou tantos títulos como os de Sporting na época passada. 
E mais do que os de FC Porto, nos últimos três anos.

Uma vitória da humildade, da solidariedade e da determinação, continuando da mesma forma como acabámos a época anterior. Sem esquecer a ambição! Uma postura competitiva e determinada. Com Rui Vitória a ser, novamente, fundamental, fazendo história, tanto no Benfica como para a sua carreira. E demonstrando grande capacidade na gestão de pessoas! 

Porque, apesar de ter perdido alguns jogadores fundamentais, conseguiu substituí-los rapidamente, com jogadores que Luís Filipe Vieira lhe pôs à disposição. Aos 46 anos, Rui Vitória já ganhou todos os títulos nacionais: Campeonato, Taça de Portugal (infelizmente, para nós, enquanto Benfica), Taça da Liga e, agora, Supertaça. 

A Supertaça era o título português que lhe faltava. Agora, só lhe falta uma competição internacional... Benfica - SC Braga 2. Um grande jogo de futebol, com três grandes golos e momentos de grande qualidade por parte do Benfica. 

O Braga, além de ter tido algumas oportunidades, passou a ter, em determinados momentos da partida, espaço para jogar, criando algumas transições rápidas ofensivas. Tem uma grande equipa e promete andar na ribalta, assumindo-se, definitivamente, como um clube grande, também, ele, candidato ao título. 

No entanto, o Benfica foi mais consistente, por vezes esmagador, essencialmente, mais eficaz, evidenciando momentos de bom futebol, com nota artística! O Braga não conseguiu controlar a equipa do Benfica, não tendo sido, inclusivamente, capaz de parar a grande qualidade existente em várias jogadas rápidas.

Fomos, por isso, uma equipa inteligente, que impôs o seu jogo, controlando-o da melhor forma. E a verdade é que temos muitos jogadores que são, efectivamente, uma mais-valia, que se juntarão aos restantes, tão bons quanto os que chegam, e que acrescentarão um adicional de valor, no imediato, e posteriormente - com o tempo e com os exemplos que terão - um adicional de alma e de mística. 

Do jogo de domingo, permito-me fazer quatro compreensíveis destaques. Desde logo, Grimaldo, lateral esquerdo de grande qualidade e sempre com uma disponibilidade para levar tudo à frente. Depois, Pizzi, que, sendo um excelente jogador, ainda que mais discreto no relvado, é inteligentíssimo a jogar e sabe tudo de futebol. Isto, além de ter marcado um golo fantástico! 

Não poderei, também, deixar de destacar Franco Cervi, um namoro antigo do Benfica, que teve uma estreia de sonho, precisando, apenas, de dez minutos para marcar um golo! Aliás, o movimento que faz na jogada desse seu primeiro golo, no Benfica, e do Benfica, esta época, é extraordinário! 

Outro destaque, como não pode deixar de ser, vai para André Horta, que é uma das grandes surpresas. É certo que ninguém vai esquecer Renato Sanches, mas André Horta vai ser uma agradável revelação na equipa, um grande jogador. 

Ora, do jogo da Supertaça, apesar de ser mais uma vitória, e consequentemente mais um troféu, para Cervi e André Horta correspondeu ao primeiro título de muitos das suas carreiras. E para todos jogadores que compõem o plantel, será o primeiro título de muitos esta época? 
Sábado, todos a Tondela 

3. A Supertaça, o primeiro titulo desta época, já faz parte do passado. Longe vão os tempos das euforias desmedidas. Aqui, ninguém se deslumbra, nem se desrespeita adversários. O próximo jogo, seja ele contra quem for, e independentemente do tipo de competições, é sempre o mais difícil. 

E o caminho faz-se jogo a jogo, como se viu, aliás, na época passada. Por isso, o jogo mais importante é o que se segue, o Tondela-Benfica, o jogo da 1.ª jornada. E nós sabemos o quão difíceis são os arranques de época. Em Tondela não será, certamente, excepção.

 Por isso, concentração máxima e uma grande disponibilidade física e mental. Para ultrapassar tudo, incluindo a dificuldade física que o próprio relvado apresenta. Só um grande Benfica ganhará em Tondela, assim como os restantes jogos. 

Para que, juntos, rumemos ao Tetra!!! Porque, no Benfica, e como diria Luís Filipe Vieira, «não se prometem títulos; no Benfica, todos trabalhamos para ganhar títulos». A Fundação Benfica e as bolsas para jovens desfavorecidos do Inatel 

4. Há dias, numa intervenção infeliz de alguém a quem, por certo, pediram para dizer o que disse, sem conhecimento de causa, num canal de televisão, foi lançada uma acusação à Fundação do Benfica, que tem tanto de grave como de falsa: que esta estaria a «oferecer bolas a jovens árbitros». 

Essa afirmação, nua e crua, revelou, ainda, alguma malvadez, insinuando-se que o Benfica, através da sua Fundação, teria alguma ligação ao Conselho de Arbitragem ou a qualquer outro organismo ligado aos árbitros de futebol profissional. Ora, em 2011, a Fundação Benfica, no âmbito da promoção do Desporto e Integração Social, em parceria com a INATEL - no âmbito do seu projecto de apoio ao futebol amador - promoveu acções que tinham como objectivo a integração de jovens com graves problemas sociais e familiares, que teriam aptidão para o futebol. 

Essa acções, de cariz estritamente social, decorreram no Porto e em Lisboa, onde os 30 jovens participantes, com idades compreendidas entre os 17 e os 35 anos receberam palestras de formação para serem árbitros em jogos sociais de âmbito mais alargado ou em jogos entre equipas do Inatel (puramente amador, relembro). Além disso, o próprio factor idade consegue desmascarar a falsidade do alegado, uma vez que ninguém inicia a carreira de árbitro depois dos 30 anos. 

No entanto, sobretudo por motivos sociais e pessoais, nenhum desses 30 «jovens árbitros» conseguiu dar seguimento a essas formações, nunca tendo chegado a arbitrar qualquer jogo amador ou de natureza social. 

É importante realçar que a INATEL, não tem qualquer relação com o mundo do futebol profissional ou, sequer, capacidade para ministrar algum curso de formação na área do desporto. 

O que se lamenta é que, para alguns, para tentarem ganhar, valha mesmo tudo, transformando o futebol, onde quiseram fazer vingar a lei da selva, numa selva sem lei! Um pedido público de desculpas não ficaria mal a quem foi enganado e tentou (até admito que involuntariamente) enganar!!!" 
 Rui Gomes da Silva, in A Bola

domingo, 24 de julho de 2016

"Se o Leicester foi campeão de Inglaterra e se Portugal, com toda a vontade e crença do mundo, foi campeão da Europa, o Benfica também poderá voltar a vencer a Champions.

Apostar no futuro

1. Como em todas as aberturas de mercado, até que a janela de transferências se encerre, a especulação continuará a ser... o pão nosso de cada dia! Deixando os adeptos desesperados pela venda que não querem ou pela compra por que ambicionam... e que quase nunca acontecem!

Como se está a ver (e como se constata, invariavelmente, no fim de cada um destes períodos), as compras e as vendas não têm sido arrebatadoras ou dramáticas, correndo de forma natural.

Afinal, e ao contrário do que muitos previam, logo após a conquista do tricampeonato, o plantel do Benfica não foi despachado para os clubes ricos da Europa. Claro que o ideal, para todos os adeptos e sócios, e até para o próprio Presidente, seria não vender. Mas todos sabemos, no entanto, que ainda não nos podemos dar a esse luxo.

Temos de vender alguns jogadores - não A, B ou C, mas aqueles cuja saída permita satisfazer os interesses do Sport Lisboa e Benfica, de acordo com as nossas necessidades financeiras, sem nunca descurar a vertente desportiva.

Vender agora para que no futuro não se venda... ou não seja necessária, por estes motivos, embora saibamos que, na dinâmica do futebol, isso seja difícil de garantir. Nenhum clube do mundo deixa de vender ou de comprar.

Mas no que ao planeamento desta época diz respeito, não posso deixar de sublinhar o caminho definido e as metas a atingir. Tem sido feita uma grande gestão por parte de Luís Filipe Vieira, percebendo quais são as necessidades reais do plantel, depois de devidamente estudadas e discutidas. Sem cometergrandes loucuras, percebeu-se que precisaríamos de algumas intervenções cirúrgicas.

Por isso, se procurou, fora, alguns jogadores, que representaram oportunidades de negócio, mas sem que isso significasse adquirir jogadores feitos, como alguns treinadores preferem.

No decorrer deste mercado de transferências, percebeu-se, também, que o caminho seria o da continuidade na aposta séria na formação, demonstrada pela aquisição de jovens jogadores, ainda que fora do Seixal.

Procurou-se, assim, dar um plantel equilibrado, jovem, mas experiente, a Rui Vitória. Procurou-se colmatar e acrescentar essas mesmas saídas e acrescentar o que poderão ser verdadeiras mais-valias, nas diferentes posições, para que existam mais opções.

Por isso, não só existe grande abundância no plantel desta época, como também muita qualidade nos jogadores que agora chegaram. Entre outros, são os casos de Kalaica (18 anos), André Horta (19), Zivkovic (20), Cervi (22), que estão a demonstrar e a desenvolver grandes capacidades de trabalho e de adaptação à nova realidade. Jogadores esses, estou certo, que irão continuar a ser bem formados e ter a oportunidade que merecem.

A par desses, também Carrillo (25 anos) e Rui Fonte (26), por exemplo, estão a dar boas indicações. No entanto, ainda é cedo para fazer uma análise certa e ponderada dos reforços.

Seria desonesto fazê-lo, agora que apenas estão cumpridos três jogos desta pré-época.

Mas mais do que uma boa adaptação, é fundamental que os novos reforços encarem este novo desafio com o desejo de se tornarem mais-valias no plantel.

A maior dificuldade, num futuro próximo, será, certamente, escolher os jogadores que irão compor o Benfica 2016/2017.

E aí, que me perdoe Rui Vitória, por quem tenho grande estima e respeito, não gostaria de estar na pele do treinador.

Tanta é a qualidade visível e tão difícil me parece (a partir da bancada) fazer escolhas, correndo o risco de cometer alguma injustiça, fruto de uma avaliação decorrente de poucos treinos e muito poucos jogos.

Compromisso com a vitória, feito de experiência e de vontade de ganhar
2. À aposta na formação tanto interna como externa, teremos de juntar a experiência de jogadores feitos. Torna-se imperioso que exista essa conjugação de experiência, para que se consiga ter, também, um plantel jovem, mas maduro.

Mas de nada valerá a juventude ou a experiência, ou ainda a conjugação das duas, como procuramos, se não tivermos um plantel com vontade de ganhar, com muito querer, mas sobretudo com uma enorme ambição. A que se juntará, como é evidente, o sempre determinante adicional de alma.

Não basta que sócios, adeptos e dirigentes queiram muito ganhar. Essa vontade terá de partir - e de acabar - nos jogadores. Foi essa uma das chaves do nosso sucesso na época passada, além da união existente em torno do plantel.

E Grimaldo, que recentemente proferiu declarações a esse respeito, é um dos exemplos da vontade existente naqueles que ainda têm pouco tempo de casa. Ele, como todos os outros, sabe o que tem de ser feito para, esta época, conquistarem... o Tetra!!!

Para isso, será necessário trabalhar (muito) desde o início e nunca deixar de estar focado no objectivo: ganhar. Porque no Benfica só se pensa em ganhar. Muda-se a época, ou os tempos, mas não se mudará a vontade, nem a mentalidade, estou certo.

Os jogadores recém-chegados já perceberam a importância do clube, as características que aqui se lhes exigem, ainda que, nesta altura do campeonato, não tenham a noção do que é ser do Benfica.

Para isso, teremos de lhes dar tempo... Tempo de adaptação, de explicação, por quem serve o clube, para que possam perceber, e sentir, a verdadeira dimensão do Glorioso.

E tempo, ainda, para viverem, testemunhando, as calorosas e frenéticas recepções que a equipa tem a cada deslocação, seja onde for.

Para que a vontade seja tudo, ou quase tudo. E para que percebam que se o Astana, na época passada, conseguiu participar na Liga dos Campeões, onde nunca tinha estado, se o Leicester foi campeão da Liga Inglesa e se Portugal, com toda a vontade e a crença do mundo, foi Campeão da Europa, o Benfica também poderá voltar a ser Campeão Europeu, como tenho vindo a defender, num futuro próximo.

Não basta querer, é verdade, nem sonhar para a obra nascer. É preciso interiorizar verdadeiramente essa vontade - entre todos, sem excepção - para que tal seja possível. Mais do que querer, é necessário acreditar.

Para que um dia destes se volte a cumprir o destino, com a concretização da oportunidade que não podemos voltar a perder!!!

Do Benfica... eternamente
3. Quem por cá passa - com as excepções dos pobres de espírito que só confirmam a regra - depois de perceber o que é ser do Benfica, passa a ser dos nossos.

Tal como Javi Garcia, que esteve pouco mais de três épocas ao serviço do Benfica. Um jogador com raça, com alma digna do Benfica. Tanto dentro, como fora de campo. Um jogador que deixou a pele em cada jogada, em cada momento, com a camisola do Benfica vestida.

Recentemente, quando questionado sobre a possibilidade de ir para «outro clube», em Portugal, afirmou que... nunca o faria. Porque é do Benfica!
Um dos nossos! Para sempre!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

sexta-feira, 3 de junho de 2016

que notícias tão exageradas....

"Na tão badalada transição de treinadores, no final de 2014/15, e depois de o Benfica ter sido Bicampeão, temia-se o pior, lembram-se?

Todos os fins de época aparecem notícias sobre a venda de jogadores. E, a nós, invariavelmente, lá nos vão dizendo que só não vendemos mais porque não podemos...
Como diria o Rui Veloso... «parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar».
O mundo - bem visto - do futebol com dinheiro, que quer adquirir os melhores jogadores!
E não o dos que oferecem tuta e meia pelos... «melhores jogadores do mundo» ..., oriundos da «melhor academia do mundo», treinados pelo «melhor treinador do mundo», a jogarem na... «maior potência desportiva mundial», perdão, nacional...
Que injustiça!

O exagero das notícias das contratações
1. Terminada a época, e ainda que haja Europeu, estamos na fase das notícias de entradas e de saídas de jogadores. Pelo que se lê, vê e ouve, todos os anos sem excepção (e não exagerando), são contratados, no mínimo, dois autocarros de novos jogadores para o Benfica
 Por não haver jogos de futebol e a consequente animação do campeonato - openalty que não marcaram contra o Benfica, o golo do Benfica (não)precedido de fora-de-jogo, os jogadores do Benfica que nunca são expulsos - já sabemos que vem aí uma agitação excessiva do mercado... nas notícias.
Toda a grande especulação em torno das possíveis entradas e saídas, numa (quase sempre) tentativa de adivinhação, gera receios e preocupações.
Mas para evitar que isso aconteça, é o meu dever - ainda que adepto apaixonado - tentar esclarecer e descortinar a nossa próxima época. Porque, de facto, só a do Benfica me importa.

A assustadora mudança de há um ano
2. Depois da anunciada saída de alguns jogadores no final da época, em que conquistamos o tricampeonato, lê-se e ouve-se, diariamente, que outros tantos sairão e que, por isso, o Benfica irá comprometer a próxima temporada.
Na tão badalada transição de treinadores no final de 2014/15, e depois de o Benfica ter sido bicampeão, temia-se o pior, lembram-se?
Confesso que nunca percebi esse receio, uma vez que se tratava apenas de uma mudança de treinador, permanecendo, contudo, grande parte do plantel.
Após a conquista do bicampeonato, em 2014/15, saíram alguns jogadores teoricamente relevantes, sendo disso exemplo Artur, Maxi, Lima e Nélson Oliveira.
Mas - vendo bem - não foram significativas as mudanças no plantel, embora os ecos se tenham encarregado de ampliar os factos.
Coisas da vida... e do mundo do futebol, em particular.

O início do tricampeonato
3. Com o início da época de 2015/16, e para reequilibrar o plantel, colmatando algumas saídas que eram tidas por insubstituíveis por alguns, Raul Jimenez e Mitroglou entram e reforçaram o plantel, para além da revelação de Nelson Semedo.
Grimaldo chegou em Janeiro, no que terá sido a janela de inverno menos utilizada em compras pelo Benfica, mas que ficou ligada, para sempre, à descoberta de Ederson, de Lindelof e de Renato Sanches. Mas, ainda assim, muitos continuaram apreensivos.
Como se o sucesso de uma equipa dependesse, exclusivamente, de um treinador.
Nem que ele - seja lá quem for - se julgue e se anuncie como «o melhor do mundo»!
Por vezes a mudança assusta, mas como diz Camões... «mudam-se os tempos, mudam-se as vontades».
O facto de termos finalmente alguém no banco que sabia - e sabe - o que é ser do Benfica e que tinha - e tem - a noção de que o símbolo é maior que qualquer jogador, treinador ou dirigente, ... foi tranquilizador para os com mais dúvidas.
E com alguma razão...
Até porque, no fundo, todos sabíamos que se fechava um ciclo, mas que se abria outro, sem que isso significasse ou pudesse significar deixar de ganhar.

Este ano...
4. Pois para 2016/17, como seria expectável, nesta voragem das notícias, parece que vamos ficar sem equipa.
E já nem o Europeu atenua a especulação do costume...
Desde Janeiro - quando começaram as notícias (e se a memória me não falha) - já ficamos sem... guarda redes (ou mesmo os dois, não fosse um deles ter encontrado a Montblanc para assinar a renovação... contra os Inácios deste mundo e quem lhes diz para dizer o que dizem), sem o defesa direito dos primeiros jogos, sem 3 dos 4 centrais (desta vez, o que está para sair há 12 anos, ficará), sem os 3 médios habituais, sem o ala esquerda e sem os três pontas de lança...
Irra, que só de escrever dá para deixar um tipo com um ataque de coração...
O que não seria para menos...
Mas, à imagem de outros anos, e como é evidente, isso não vai acontecer...
Até porque no início da época anterior as saídas também aconteceram... e não foi por isso que não fomos... tricampeões!
Sem grandes alaridos, deixando a caravana passar...
Todos sem excepção sabem que o ideal é não vender.
E haveremos de lá chegar.
Até lá... temos de ser realistas e vender o menos possível, mas aceitar que temos que vender.
E um dia, quando não vendermos, agradeceremos a quem, vendendo alguma coisa, hoje, nos permitir, depois, não vender para podermos ambicionar ganhar (e ganhar mesmo) competições europeias. Para acabar com a fanfarronice de uns e com a mania da igualdade de outros.
Por isso, no plantel da próxima época, além de algumas entradas específicas, depois de debatidas e estudadas as reais necessidades, continuar-se-á a apostar seriamente na formação!
Até porque teremos de conjugar sempre a experiência de jogadores feitos com jogadores dessa formação, uma vez que esta é um meio - e não um objectivo - para termos uma equipa mais forte. 
Como, este ano (ao contrário dos anteriores), o foram Ederson, Nelson Semedo, Renato Sanches e Lindelof... sem falar da confirmação da polivalência e da disponibilidade permanente em ajudar a equipa - onde foi preciso - de André Almeida!
Na próxima época, teremos, certamente, jogadores da formação que, tendo oportunidades, serão as novas grandes revelações da equipa principal.
Porque longe vão os tempos em que essas oportunidades não eram dadas... por quem lhas devia dar. Ainda que não exista espaço para todos, a saída de uns será, certamente, a oportunidade (merecida) de outros.
Sempre acompanhada pelo apoio dos colegas mais experientes, para que se mantenha presente e viva, no balneário, a História que Eusébio e Coluna - e tantos outros - fizeram.
Não há, por isso, razões para alarme com este período de transferências! Na próxima época, além de crença nas capacidades de quem serve o Benfica, vamos continuar a acreditar em cada um dos jogadores que irá compor o plantel. Porque, até poderemos ter algumas razões para duvidar, mas continuamos a ter uma (muito) forte para crer.
Porque só pensamos em nós...
Sem que isso signifique abdicar do presente ou hipotecar o futuro.
E, com isso, liderar, além de acreditar, ganhar e convencer.
Vamos a isso, BENFICA???"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

sábado, 17 de outubro de 2015

O Benfica-Sporting? Ainda faltam mais de... 2 semanas!

"Nunca poderemos entrar no jogo de quem sendo 'pequenino', precisa de muito barulho para se colocar ao nosso nível...

Lições da política que não devemos esquecer no futebol
1. Há lições da política que não devemos esquecer no futebol! Porque, à imagem daquela, também este é um campo de confronto.

Não de um confronto de ideias mas, antes, de um confronto de resultados. Esta é a especificidade do futebol, onde - por mais que existam valores, ética, princípios, capacidade, inteligência, estratégia ou conhecimento - tudo cede perante o resultado (ou, como diria José Mourinho, «o resultado é que faz o espectáculo»).

Onde se pode fazer tudo bem e perder, sendo-se um perdedor... ou fazer tudo mal e ganhar, sendo-se neste caso, um verdadeiro vencedor. De facto, a vitória - como sabemos da história dos últimos 30 anos do futebol português - fez jus a esse princípio maquiavélico, onde os fins (os títulos) justificaram, muito especialmente para quem os ganhou, a forma (os meios) como foram conquistados, de que o processo Apito Dourado é o expoente máximo!

O problema, hoje, é alguém querer repetir soluções de poder que germinaram e tiveram a sua época há 30 anos, como se o mundo não tivesse evoluído.

Ou não perceberem que, para além do tempo em que essas formas de poder foram desenhadas e concretizadas, contaram com a conivência de muitos silêncios, bem como com a colaboração activa e empenhada de muitos agentes políticos e judiciais, que, como o escrutínio e a vigilância actuais, não podem mais existir.

Ou seja: repetir o Porto, dos anos 80, em Lisboa, neste nosso tempo, só lembra a um «aprendiz de feiticeiro»!

O radicalismo como forma de evitar a marginalização
2. Os novos líderes hoje emocionam-nos, interagem,... e até erram.
Não se apresentam como seres superiores que não se enganam, sempre prontos a atirarem para os seus fiéis lacaios a culpa de alguma coisa que possa não ter corrido bem.

E não dará para desconfiar saber que - com tanta asneira feita - nem uma pode ser assacada ao líder do projecto?

Se até, na Igreja, se vai questionando o dogma da infalibilidade do Papa, será que estarão dispostos, numa qualquer agremiação, onde a esperança na vitória se vai assemelhando a uma miragem... do além, a não questionar a responsabilidade por tanto erro?

Diziam os antigos romanos que, se não tiveres um amigo que te corrija, paga a um inimigo. Eu sei que, por aquelas bandas, inimigos é o que há mais. Inimigos, até, entre os antecessores, numa limpeza geral de destruição de tudo o que possa representar perigo de derrota num próximo ato eleitoral.
Melhor do que ganhar nas urnas é impedi-los de concorrer.

Mas o que mais me entusiasma, nesta fuga desesperada para a frente é o recurso ao radicalismo como forma de evitar a marginalização.

É uma prática comum, entre pequenos partidos, quase todos com projectos caudilhistas de poder, como o será entre clubes pequenos ou médios, acossados e com projectos de sobrevivência pessoal. Recorrem, assim, ao messianismo, à comparação entre o antes e depois, numa atitude maniqueísta, de forma a poderem legitimar-se... para todo o sempre.

Sabemos, por experiência, que o todo o sempre acaba, quase sempre,... ao virar da esquina. E melhor seja que acabe, para quem gosta da instituição em causa, por que... se demorar um pouco mais, quando virarem a esquina, apenas depararão com o que restará desse clube (e será muito pouco),... como outros sabem de saber feito!

Como sempre (como em Nuremberga, por exemplo), os fiéis de sempre tentarão desculpar-se de forma a que o mal seja apenas da responsabilidade de um só.

Como estarão, então, enganados e... arrependidos!

Um líder arrogante evita discutir ideias
3. Sabemos, também, que um líder arrogante e que gosta de se armar em militante de base faz as delícias dos... militantes de base.

Evitando discutir as suas ideias (talvez porque não as tenha), nem que para isso tenha de só falar das ideias dos outros.

Como o Presidente de um clube agradará aos seus consócios se for básico, se enquistar e destilar ódio pelo emblema mais odiado desses mesmos sócios (por muito que os do outro lado já não lhes liguem nada, porque o tempo é implacável).

Aqueles agradecer-lhe-ão penhorados, mas esse mesmo chefe perderá toda a relevância junto dos líderes de opinião, daqueles que farão e formarão ideias sobre o seu futuro e sobre o futuro da instituição a que preside.

A que se juntará a falta de bom senso, de estabilidade e de visão para inventarem um futuro que não seja o da maledicência!

Pode, até, aumentar o número dos respectivos adeptos e simpatizantes em 50% e reduzir o número de adeptos e simpatizantes dos outros, também em 50% (um critério uniforme, há que reconhecê-lo)! Mas isso não trará nem mais um voto - quando eles forem precisos...

Sabemos que... «a fama e tranquilidade não coexistem».

Mas daí a aceitar como lei o princípio de que «quem não é por mim, é contra mim» vai uma grande distância.
Outros clubes - nunca nos cansámos de o repetir - enveredaram, em momentos concretos da sua história, por experiências parecidas.

Pois nem assim perceberão como acabam?

Pelo meio, encarregarão alguém de reescrever a história com elogios e hossanas ao novo poder e de morte ao antigo regime.

Sabemos como começa e - hoje, também - sabe-se como acaba... Acabando, de vez, com quem a quis reescrever.

Ganha quem merece, não quem faz mais barulho
4. Se é verdade que a obstinação leva à ditadura (sendo o poder absoluto uma das causas da decadência dos povos peninsulares, no dizer de Antero de Quental...), então teremos de deixar a falar sozinho quem opta pela conflitualidade gratuita, para, em bicos de pés, se tentar parecer com os Homens.

Já lá vai o tempo em que os jovens infantes se tentavam libertar das garras da adolescência desafiando os maiores, os senhores para torneios, primeiro,... duelos, depois,... rixas, já nos nossos tempos...

Tentando a afirmação - num mundo onde poucos lhe ligam - apenas e só pela criação de conflitos!

Tenho (para mim) que nunca se deve responder a mentiras de uma só fonte, de uma só origem, criadas em laboratório unipessoal, porque apenas estaremos a servir de câmara de eco a tanta asneira e a fazer o jogo de quem as lança...

Nunca devemos responder a provocações gratuitas!

Nunca poderemos entrar no jogo de quem, sendo pequenino, precisa de muito barulho para se colocar ao nosso nível...

Não devemos, por isso, transformar uma vontade inconsciente de vingança (que poderia ter passado pela cabeça de todos e de cada um de nós) numa guerra declarada.

Com a calma que eles não têm - a pretensa juventude faz com a insensatez, a má criação e a impreparação passem por voluntarismo - haveremos de construir a nossa vitória.

Dizia Albert Einstein que «só os loucos é que, continuando a fazer as mesmas coisas, querem ter resultados diferentes»!

Pois alguém achará que os loucos querem fazer as coisas de outro modo?
Ou que... deixaram de ser loucos?
Sendo assim,... ganharão os mesmos dos últimos anos!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola